Este ano a piracema vai iniciar em outubro e só vai terminar no final de janeiro de 2017. O Conselho Estadual da Pesca CEPESCA (Conselho Estadual de Pesca) informa que a partir deste ano o período da piracema será entre 1º de outubro e 31 de janeiro. A mudança tem como base estudos realizados nos últimos cinco meses e apresentados nesta sexta-feira (06.05) durante uma reunião do (CEPESCA) que apontou alteração no comportamento reprodutivo dos peixes. O estudo é um projeto de pesquisa idealizado pelo conselho em atendimento à Notificação Recomendatória do Ministério Público Estadual (MPE) n° 01, de 12 de janeiro de 2015, que pede a ampliação do período de defeso de quatro para seis meses, ou seja, de outubro a março.
De acordo com a secretária executiva do (CEPESCA), Gabriela Priante, estudos de anos anteriores mostram que outubro é o mês em que os peixes iniciam sua fase de reprodução, mas para decidir sobre o término do período da piracema, foi necessário realizar novos estudos. “A gente não poderia tomar essa decisão sem estar embasado nas informações científicas”. Conclui Gabriela.
O monitoramento para avaliar se realmente o comportamento reprodutivo dos peixes terminava em janeiro, fevereiro ou alcançava março se iniciou em janeiro deste ano nos rios que compõem as três bacias hidrográficas de Mato Grosso (Paraguai, Amazônica e Araguaia-Tocantins). E, diferente do que vinha acontecendo em anos anteriores, em que era considerado o auge do período de reprodução dos peixes os meses de novembro a fevereiro, a pesquisa mostra que no geral cerca de 75% dos peixes dos rios do Estado iniciam sua fase de ovulação em outubro; e em média 40% terminam esse período em janeiro.
Gabriela explica que algumas espécies se reproduzem em várias épocas do ano, mas para definir o período de piracema o (CEPESCA) levou em consideração os meses em que a maioria dos peixes estão em maturação. Ela acrescenta que a mudança será passada na próxima semana ao governo federal, já que o seguro defeso é pago com recursos do INSS aos pescadores profissionais que precisam paralisar suas atividades durante a piracema. “Não queremos causar uma desordem social, para isso é imprescindível informar a União sobre a alteração do período no Estado, mas mantivemos os quatro meses de proibição para pesca, com alteração somente na data inicial e final do período de defeso”.