A data 18 de maio foi instituída como o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. O assunto, que normalmente desperta repulsa e emoções intensas, merece atenção para que seja adquirida a conscientização necessária para o combate deste tipo de violência, prevenindo vidas, zelando pelo desenvolvimento e proteção das crianças e adolescentes, e responsabilizando os autores da violência. No Brasil, 95% dos casos desse tipo de violência são praticados por pessoas conhecidas das crianças. Em 65% dos casos há a participação de pessoas do próprio grupo familiar.
Esse dia foi constituído pela Lei Federal n° 9.970 como o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Essa data foi escolhida em razão do crime que comoveu toda a nação brasileira em 1973, o Caso Araceli, em que uma menina de 8 anos de idade foi cruelmente assassinada após ter sido violentada em Vitória, no Espírito Santo.
A Secretaria Municipal de Assistência Social de Juína em parceria com o CRAS e o CREAS fizeram o lançamento da campanha no município no dia 02 de maio com o plantio de margaridas nos principais canteiros da cidade como forma de chamara a atenção da população para essa campanha.
Durante todo o mês de maio será promovida atividades, palestras, pit stop e caminhada para chamar a atenção de todos para esse dia. Na manhã desta quinta-feira dia 17 a programação aconteceu na escola 21 de abril no bairro Padre Duílio com a presença de representantes da Assistência Social, CRAS, CREAS, Conselho Tutelar, Policia Militar, Ministério Público, autoridades escolares, pais e alunos do bairro.
De acordo com a secretária de Assistência Social Irene Peruzzo, o bairro foi escolhido pelos organizadores por se tratar do local com maior índice de abuso sexual de crianças e adolescentes no município e para Irene, atividades como esta auxiliam para a conscientização tanto dos pais e responsáveis como as próprias criança são alvos desse tipo de crime.
A tenente Ana e o Capitão Fontes, representantes da Policia Militar palestraram sobre as regras para se viver em sociedade, direitos e deveres das crianças e adolescentes e também sobre os cuidados que as elas precisam ter com relação a proximidade de pessoas estranhas, não permitires ser tocadas por essas pessoas e principalmente ter sempre um diálogo aberto com os pais sobre esse assunto.
O promotor de justiça Marcelo Linhares também falou sobre esses cuidados que os pais precisam ter com seus filhos, ficarem atentos com uma possível mudança de comportamento e evitar deixar crianças em situações vulneráveis a esse tipo de situação, o promotor ressaltou ainda o papel do ministério público que é de denunciar e principalmente proteger as crianças e os adolescentes de crimes como o de abuso sexual.
Pesquisas revelam que apesar de menos comum, mulheres também praticam violência sexual infantil. Dados da Polícia Federal revelam que a cada dez pedófilos, um é mulher. O que ocorre é que, em geral, as mulheres são denunciadas com menos frequência. Algumas razões podem estar ligadas a este fato: ausência de penetração durante o abuso, a cultura machista que vê como algo normal as relações precoces entre meninos e mulheres mais velhas ou o receio da família de, ao denunciar, transformar o fato em um trauma muito maior, interferindo na orientação sexual dos garotos.
O abuso sexual infantil pode desencadear o desenvolvimento de transtornos de personalidade, quadros graves de depressão ou ansiedade, transtorno de estresse pós-traumático, autoimagem prejudicada, dificuldades em se vincular afetivamente estabelecendo relações de confiança, e também mobilizar um enorme sentimento de culpa, ligado ao fato de guardar um segredo, e, em momentos futuros, ao recuperar memórias do trauma, sentir-se impotente, vulnerável, conivente e, até mesmo, repulsa por qualquer sensação corporal prazerosa que possa ter ocorrido naquele momento de inocência.
A prevenção desse tipo de crime começa ao se estabelecer uma base de confiança e segurança sólida da criança com os pais. Agressores sexuais tendem a buscar um perfil de crianças que sofram de baixa autoestima e insegurança, por serem mais manipuláveis. Quando a criança possui uma boa relação com os pais, diminui a chance de ser vista como um alvo fácil no olhar de um agressor.
Violência sexual é crime e deve ser sempre reportada às autoridades. Não é necessário você ter certeza, ou ter testemunhado um fato! Se você suspeita de que algo possa estar errado, pode denunciar anonimamente através do Disque 100 (Disque Direitos Humanos), através do 180 ou recorrendo ao Conselho Tutelar mais próximo.